Breakfast at Tiffany’s

Não tivemos girassóis no fim do ano em que nos conhecemos, eu era como um estranho qualquer dançando uma valsa imaginária no terraço do prédio antigo, você sabe, nunca é um adeus quando dirijo para algum lugar distante, vivo pensando em bandolins imaginários, Oswaldos imaginários, palavras preferidas, dentes de leão, eu guardei você e todos os meus melhores amigos em algum lugar da memória onde ninguém terá acesso, dentro do meu livro Fahrenheit 451, ainda bebo refrigerante de laranja, miguelzinho é o meu cacto de estimação, Naomi é o nome do meu gato, nunca é um adeus quando dirijo para algum lugar distante, mesmo que isso signifique fluir como um rio sempre fluente.

Foi assim quando o barnabé se foi, não tivemos girassóis naquele ano, e eu me perdi em inúmeras histórias sobre como poderia ser melhor, diferente, sobre como não deveria pensar ou sentir, sobre como todas as minhas relações são sólidas, e talvez esse seja o motivo pelo qual devo dizer adeus para todas as pessoas que amo, dói pensar que alguém falou isso em voz alta, você sabe, é difícil dizer, mas eu precisei fugir daquela história que agora faz um ano, eu fugi como todos os covardes fazem, não disse adeus para violet, não me despedi do vizinho estranho, tão estranho quanto eu, perdi todos os meus pôsters sobre “O fabuloso destino de Amélie Poulain”, mas você sabe, nunca é um adeus quando dirijo para algum lugar distante, estou sempre pensando em como todas as lembranças ruins poderiam sair de mim, sobre como poderia trazer todos vocês para mais perto de mim.

Foi assim quando dei o nome de Summer para o meu violão mais novo, espero que ele não tenha se chateado porque não pude dizer que o amava quando tive a oportunidade, agora digo todos os dias para o meu violão como se o abraçasse com todo amor que ainda existe em algum lugar do mundo, você sabe, nunca é um adeus quando dirijo para algum lugar distante, desejo viver todos os delírios adolescentes, todos os meus sonhos mais bonitos, assim como desejo ver todos vocês felizes, não importa o quão longe esteja, eu guardei você e todos os meus melhores amigos em algum lugar da memória onde ninguém terá acesso, ainda não sei tocar Moon River, não pareço a Lola Mae, acordei e percebi que isso não parece o Breakfast at Tiffany’s , tudo o que dói, dói de verdade, tudo o que é sonho é bonito de verdade.

Autor: E G Viana

Minhas contradições são minhas melhores amigas.

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